sábado, 15 de dezembro de 2007

continuação fotográfica... longa!

Como prometido, aqui ficam as fotos do saltinho a Bergen...
e mais qualquer coisa.

Os lagos perto do congelamento total.

O relevo acidentado.

A "casinha"...

mais casinhas...

pequeninas, lá ao longe.

O outro lado do comboio.

E mais casinhas, lá bem ao longe... perdidas?

Agora mais perto.

E mais perto ainda.

Quase perdidas...

Vive alguém aqui?

Parece que não.

Casinha definitivamente perdida.

E de repente... verde!

Até à estação de Bergen.

Algures p'lo centro.

O famoso bacalhau.

Vivo, uns minutos antes!

Bergen sob o olhar de um pássaro.

Sob o "meu" olhar.

Um autocarro cor-de-rosinha... Go Bergen!

Algo mais... de volta a Oslo.

Outra vez em Holmenkollen: ainda a neve artificial.

Esta, bem natural...

Como a da fonte gelada em frente ao Teatro Nacional.

domingo, 9 de dezembro de 2007

actualização (bi)mensal

Ora então cá vai o “relato” do mês de Novembro, com raízes em Outubro, mas partilhado em Dezembro, ao bom estilo luso.

Depois da vinda de Riga a vidinha cá continuou, como bem importa, no mesmo ram-ram (sai uma garrafa de glög a quem apresentar o melhor exemplo ou definição de ram-ram, a expressão destes meses!) e sem momentos para grandes registos, que isto de trabalhar com alemães é uma grande chatice... Sim, alemães! Na AHO tenho duas disciplinas para todo o semestre: uma teórica, no caso relacionada com criatividade (que terminou há umas semanas atrás e da qual resultou um blog), e outra teórico-prática, cujo nome pomposo traduzido à letra é digno de um qualquer ramo da filosofia; qualquer coisa como “Complexidade e Pensamento Sistemático”.
Dada a incompetência, bestialidade e infantilidade do professor, a teoria resume-se à bibliografia anunciada no início do ano. Há dias, o colega francês, com uma atitude um pouco naif e no seu inglês tímido, perguntava-me: “Afinal o que é 'complexity and system thinking'?” Pensei uns segundos, lembrei-me do antigo posto do leite de Madões, e respondi: “Olivier... eu acho que tem que ver com a (possível) relação entre a erva que as vacas comem e o queijo que tu comes...” E nunca mais se falou em complexidade! É assim a teoria possível.
A prática da disciplina é garantida pela participação no projecto de design de “media stations” para a biblioetca pública de Oslo, em cooperação (desejável mas muito nublada) com a universidade de Offenbach, Alemanha. Acontece que dos seis participantes noruegueses, três saltaram a cerca (espertos, os marotos!), enquanto que do lado alemão estão 11 em campo. Como o centro de decisões está lá (o prof vik parece ser uma espécie de subordinado ou desinteressado ou preguiçoso ou o c4*41h0), nós somos, como diria a outra, o elo mais fraco. Vou-me divertindo com o papel de “defensor do diabo”, que os alemães ignoram (e detestam!), mas que me mantêm no “activo”, ocupado, “chateado”, desesperado às vezes, mas também divertido!

Assim, tentei com a menina do forcado, ver um pouquinho mais da Noruega, começando por Oslo.

Por aqui descobrimos um botão que tenta desesperadamente ver Braga por uns "canudos".


Será que procura a Embaixada Portuguesa?...


Fomos espreitar o mais visitado ponto turístico norueguês: o Holmenkollen, a rampa de saltos de ski, que será aumentada no próximo ano para o Mundial de 2011.


E que na altura ainda era uma piscina.


Mas de onde se pode apreciar o fiorde.


Com as árvores a caminho da nudez.


Quando o tempo melhorou (os fins-de-semana apostaram em céu nublado, por vezes muito nublado, com possibilidade de ocorrência de chuviscos durante a tarde), apressamo-nos a registar outras vistas da capital. Aqui, desde Ekeberg, a vista (sobre o fiorde e a cidade) que Munch pintou n'O Grito.



E duas photoshopadas!


Sem photoshopada... é só a vista possível por um dos “canudos” de Ekeberg. No caso, o “castelo” que a menina insiste explicar aos viks que é, eventualmente, um palácio. Um castelo é outra coisa!


Um casamento... oh diabo! Muito pouco frequentado: noivos, padrinhos e fotógrafo. Moda vik?


E uma manifestação curda. Em Oslo, parece-me que mais de metade da população é proveniente do médio oriente. Soube hoje que cerca de 10% dos “não-noruegueses, ou “pontos-escuros como um amigo basco os apelida (incluindo espanhóis e portugueses, desde que pequenos e morenos!), são paquistaneses. Quanto aos restantes “pontos”, há-os da Índia, do Chade, do Irão e do Iraque, da Tunísia, do Uganda, do Gana e do Líbano, da China, da Turquia e arredores. Ver uma mulher “tapada” em Oslo é tão comum como um bombo nas Sebastianas.


Por causa do tal projecto “complexo”, a “german crew” veio cá ver a oficina onde a “coisa” vai ser produzida: um construtor de barcos que vive e trabalha em Kragerø. À chegada ao “algarve” norueguês, esperava-nos o mundialmente reconhecido Roni, especialista na construção e condução de barcos (o homem já competiu em torneios mundiais!), de...
bicicleta de atrelado! Santa simplicidade nórdico-rural.

Depois da bicicleta, surpreendeu-nos com um rib (rigid inflatable boat) que nos levou até uma das ilhas do arquipélago.


Proporcionando vistas interessantes para a aldeia turístico-piscatória.


Com este vik, parece que há sempre lugar para surpresas: conduziu-nos (15 pessoas) até sua casa... de tractor!


Para o jantar, fomos com ele de candeia em punho arrancar batatas que haviam sido semeadas no final do Inverno anterior e que ele nunca mais tratou, mas que, ainda assim, produziram suficiente para umas tainadas de quando em vez. Pelo menos, até germinarem na próxima Primavera, digo eu...


No outro dia de manhã, durante uma passeata marítima, deu para apreciar as casas de férias "noruegas" espalhadas pelas dezenas de ilhotas.

E finalmente... chegamos a Novembro! Sim, podem aproveitar para o xixizinho. O que se segue, dura até Dezembro!
Dizia então, em Novembro... um saltinho até Trondheim. A cidade dos estudantes, dizem. Vi-os poucos e nunca me recordaram Coimbra. A catedral é d'outro estilo.


E no Mondego não se constroem casas em cima de estacas!


Os materiais que durante séculos predominaram no norte da Europa: madeira e tijolo-burro.


A igreja menos igreja que alguma vez vi!


E a chuva que teima em nos perseguir.

Em que direcção se sobe nestas escadas?


Na viagem de regresso, a primeira neve séria, ainda que a muitos quilómetros de distância, quer de Oslo, quer de Trondheim. E também a muitos metros de altitude!

Depois de Trondheim, foi “trabalho, trabalho, trabalho...” (acabou de dizer a menina do forcado que está aqui a espreitar o meu sacrifício!). E foi. Quer trabalho “complexo”, quer trabalho “criativo”. À passagem para a segunda quinzena fechei a “criatividade” e dediquei-me ao trabalho pessoal.

Se Novembro começou com um saltinho a Trondheim, Dezembro iniciou-se com um salto maior em distância e em duração: um salto a Estocolmo. Trabalho árduo exige festa rija! De férias. Para “festejar”! O programa das festas continua com muito para festejar nas semanas que seguem. E pelo melhor, pelos anos que se seguem... até que a morte nos separe!

Estocolmo traz-me da memória imagens de Paris. Pela abundância de água (que continua perseguir-nos de todas as direcções), pela arquitectura oitocentista, pelo nivelamento dos telhados, pelas pontes, pela nobreza aristocrática... mas com menos glamour.

As imagens possíveis de uns dias chuvosos. Desta vez sem legendas.






Depois de um mal-entendido, entramos no autocarro errado, fizemos uma visita forçada ao aeroporto errado e, naturalmente, perdemos o voo certo. Uma noite em Arlanda, à espera da madrugada seguinte para regressar.

Salvé aos que transformam os “azares” em momentos de felicidade inesquecível. Nem sempre corre bem, mas desta vez o resultado foi de 20 valores. Havemos de cá voltar!

Do aeroporto directos para o “trabalho” e daí directos para casa, desfazer malas, descansar, refazer malas e partir numa das mais bonitas viagens de comboio do mundo em direcção a Bergen. Piada sarcástica: perseguidos pela chuva nos últimos meses, é em Bergen, provavelmente a cidade onde mais chove (este ano já bateu o recorde com 90 dias consecutivos de chuva) que fomos presenteados com dois dias solarengos. Ainda assim, com direito a meia dúzia de pingas! Em média chove cerca de 300000 ml por ano. Ou o que quer que isso signifique...

Como é na viagem de regresso que escrevo, as fotos ficam para aquela que será, muito provavelmente, a última actualização deste espaço desde a Noruega.

Se chegaram a este ponto num dia diferente daquele em que iniciaram a leitura uns parágrafos atrás, não se preocupem. O tamanho e a frequência de actualizações permitem assim evitar insónias por vários dias. De qualquer modo, fica garantido que a próxima intervenção será para breve: é que daqui a uns dias havemos de estar na Lusitânia!