sábado, 3 de março de 2007

actualização

Não há desculpas desta vez para o atraso... tenho todos os problemas técnicos resolvidos, tenho jantado a horas (já rola feijoada e sopa do velho homem da Lapónia - verdadeiras maratonas culinárias!), aproveitado as quintas de sauna e dormido muito pouco (muito pouco mesmo!). Não porque Fevereiro seja o mês dos gatos (miauuuuu!), mas porque, de facto, este foi um mês sem nada digno de registo... o Inverno típico no círculo polar árctico! O rio continua gelado, mas as temperaturas já se aproximam dos zero graus. Como se têm "queixado" de que o portugalilainen só escreve, só escreve (fogo, portugalilainen! põe p'rái umas fotos giras...) aqui ficam uma série delas (todas do último mês. Não posso garantir que sejam 'giras', mas foi o que se arranjou).

E em jeito de cenoura, aqui fica o comunicado: próximas semanas longe de Rovaniemi. Em 3 semanas muito haverá p'ra contar: Talin (férias. Aqui vamos menina! Que saudades!) e Helsínquia (trabalho, mas nem por isso desperdiçando oportunidades de lazer).

Estrada sobre o rio gelado (parece mentira, mas juro pelas alminhas que é verdade!)


Vêm o STOP? Eu não minto...


Durante uma apresentação chata... o pôr do sol na entrada da faculadade. Os dias já são maiores do que em Portugal (mais de 10 horas. Caminhamos a passos largos para 24 horas de sol por dia! Anunciado para 7 de Junho).


A vista desde a sala de trabalho de um dos projectos em que estou envolvido (traseiras da faculdade).


Momento de descontracção: o tecto da faculdade na chávena de café (das toneladas de chávenas de café do último mês!).


Momento tripeiro: FCP 1, Chelsea 1 (quase que 'até os comíamos'!)


Os defuntos não recebem visitas no Inverno... (pelo menos às terças à tarde...).


A Vila de Neve ao lado do escritório do Pai Natal...


Um detalhe da Vila de Neve.


E o cliché do Inverno lapão para finalizar!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

depois do fogo do outono, a neve do inverno

Há uns meses atrás assitimos à destruição, imolação pelo fogo, de um conjunto de esculturas de madeira e palha (a menina do forcado nem por isso... pés gelados, pés gelados!). A semana passada, coloquei-me a montante da destruição (que certamente vai acontecer. Está agendada lá p'rós finais de Abril, quando o mercado térmico pisar valores positivos) das obras d'arte e participei na competição Levitaatio. Levitaatio é uma competição, por equipas, de esculturas de neve. Este ano o tema era Either/Or, traduzido do finlandês Joko/Tai (ou em português qualquer coisa próxima de Senão/Ou. Ou o que quer que isso signifique...).
A minha equipa (não é nada minha. Eu fui só desafiado para participar. Também já era tempo de me furtar ao patrocínio das hostes!) foi organizada pela sul coreana Young-Hye. Além do Danilo, "brasuca carioca" e autor do projecto a concurso (como é bom falar português de quando em vez!), faziam parte também o austríaco Jan, e praticante de ski, e o checo Stefan, aprendiz na rampa de saltos (o gajo mais parecido, em todos os aspectos, com o anormal dos filmes Mad Max, interpretado por Bruce Spence. A cara d'um, o rabo d'outro. Incrivel!). Participar na competição foi uma graça concebida apenas a dez equipas concorrentes de toda a Finlândia (escolas de arte e design, vá, não era de toda a Finlândia mesmo!) e implicava que o júri aceitasse o conceito apresentado como proposta ao tema. Assim, passámos o fim de semana (desde as 17:00 de sexta às 15:00 de domingo) com transporte e alojamento por um valor simbólico, em Levi (umas centenas de quilómetros para norte) a esculpir e a confraternizar com os outros competidores.
O trabalho propriamente dito não foi fácil, apesar da temperatura amena, para a época, de 15 negativos! E também porque nenhum de nós havido esculpido antes, pelo menos em neve. De qualquer modo, cheios de empenho num 2º lugar, iniciamos a empreitada no sábado às 9:00 e arriámos (outra vez... onde é que esta alma desencanta estes verbos? Arriar, meus senhores! Não confundir, por favor, com arrear! Arriar é uma coisa e arrear é outra) já depois das 16:00. E sem merenda! Uma das coisas menos positivas no cubo, de dois metros de aresta, que nos saiu em sorte numa corrida a três pares de pernas atadas pelos joelhos, foi a quantidade de pequenos arbustros, pedaços de gelo (não tenho quase nada contra o gelo; a não ser que seja amarelo, o que significa que não é água... e cerveja também não é de certeza, que os finns não desperdiçam!) e, pasmem-se por favor, cócó d'auau! Pasmaram-se? Claro... Shit happens! (literalmente!)
De qualquer modo, o resultado final foi motivo de orgulho, apesar de, na cerimónia de entrega dos prémios não termos sido perdidos nem achados! P'ró ano há mais... Para registo fica uma imagem. Para aqueles com tendências mais vouyeristas a galeria do sítio oficial deve ser suficiente. Mais de mil fotos (quando estiver online. Ou assim me prometeram!) E ofereço uma garrafa de Vintage a quem adivinhar o 2º lugar. Está oficialmente aberto o 2º passatempo (aberto a todos com excepção à menina do forcado!).

sábado, 3 de fevereiro de 2007

ah...é Noruega!

Quinze a zero como dizia o fétido (... arre! Sai um dicionário por favor!). Mas é de facto assim: quinze a zero. Há dois fins-de-semana, depois da deliciosa temporada lusa, fui com mais dois autocarros de finns (e alguns candidatos a) até Tromso com a desculpa (sejamos honestos: foi só uma desculpa. Patrocinados por uma qualquer desculpa dispomo-nos facilmente a outras desculpas...) de assistir ao Festival Internacional de Cinema. Foi com um certo e estranho orgulho que vi na lista de filmes em competição Juventude em Marcha (com a tradução Colossal Youth) do realizador português Pedro Costa (pese embora eu não fazer e mínima ideia da existência do homem... de qualquer modo!). Lamentavelmenente só o vi na lista. Nas salas vi com desencanto meia dúzia de débeis curtas-metragens, amenizadas pela longa do Lee Jones. Saímos cá do arrabalde numa sexta às 6:00, GMT +2:00, e chegámos ao destino às 14:30 GMT +1:00 (GMT? Parece sigla de organização rural: Gengibre Milho e Tubérculos, ou de gang lisboeta: Grunhos Marretas e Tansos). É impressionante como se percebe o momento exacto em que se entra na Noruega (além , obviamente, do painel que diz "Velkommen å Norge"). Pela estrada (tão branca que quase se dilui no fundo) até Kilpisjärvi é Finlândia, vêem-se árvores, e depois das árvores arbustos e sempre, umas e outros nesta altura do ano, escondidos por um manto impressionante da mais branca neve e abrigados por um céu difuso, nublado, escuro (mas não tanto!). É fácil gostar (da imensidão) da Lapónia finlandesa. O painel de boas-vindas (que deve existir, mas confesso que não o vi; talvez por se encontrar camuflado no fundo branco) anúncia a geografia norueguesa, espectacularmente acidentada. O momento exacto em que nos encontramos na Noruega é aquele em que surge a primeira descida e percebemos que estamos numa montanha. E daí para a frente é uma atrás da outra, e todas recortadas ao sabor dos caprichos de um "louco". É como viajar por entre enormes bolos de chocolate cobertos de chantilly. Por entre todo este chocolate circulam serenas massas de água que se recusam a congelar; há quem lhes fiordes. Os caprichos do "louco" imposeram que algumas destas montanhas sejam ilhas. Tromso é uma cidade na encosta de uma ilha. São 60 mil pessoas que sorriem umas para as outras (e para mim!) na rua com passeios aquecidos! Haja simpatia; esta gente é do Norte! Esta gente não se refugia na escuridão. Esta gente sorri mesmo com o sol recluso das montanhas há 3 meses (foi libertado nesse domingo pela primeira vez este ano!). Esta gente bebe café a sério, vive a rua com a mesma intensidade de um latino e com o mesmo rigor de um nórdico, quer sejam 2 da tarde ou 2 da manhã. Esta gente vive! Para esta gente, quinze! De volta ao lar (saída ao início da tarde) foi um "re-assemble on reverse order!" com muito sono pelo caminho e chegada ao início de segunda-feira, às 0:30 Ganapos Munidos de Trancas (malta da Sé, caraaago!) +2:00. Quase sem dormir (toda a madrugada a fazer o kotityötä), às 8:00 já picava o ponto: Huomenta!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

sem título (i)

preâmbulo
Por razões alheias à produção deste e-espaço, esta publicação atrasou-se vários dias. A construção de uma triologia foi a solução encontrada, ainda assim, com cortes significativos no conteúdo fotográfico. Por estes factos, não me responsabilizo por quaisquer prejuízos, qualquer que seja a natureza, o tempo, o espaço ou a localização. Aproveito no entanto para proceder à correcção da versão inicial acrescentado a errata que se segue.

errata
Afinal havia, não outro (clara alusão ao sucesso pimba; dão-se alvíssaras a quem mais rapidamente identificar o autor), mas outros. Assim, não foi só o Vitor que me massajou o ego. Obrigado à "maria", à "vidas..." e a todas as "fiscalizações" que me ajudaram a polir o registo inicial. A seguir:


Sem título porque, como não escrevo há largos dias, há vários (no mínimo dois; de qualquer modo, mais...) títulos para escrever sobre. E há também pelo menos um "leitor" (o que me coloca no papel de "escritor"... nããã, passo!) impaciente (obrigado Vitor; a tua impaciência massaja-me o ego!).

titulo 1
kinder!

Siiim! Surpresaaaa! Para os mais distraídos, aqui o portugalilainen foi à Terra no natal. No natal é como quem diz; foi quase um mês debaixo de sol luso. Quero dizer... para os mais distraídos e para os outros também, uma vez que só com a menina do forcado partilhava o segredo. Foi um presente de natal à família e aos amigos (incluindo aqueles cujas reacções foram: Oh! Que 'tás aqui a fazer? Atão na sexta mandámos o bacalhau, o azeite, o alho, o binho, e agora 'tás aqui? £0dæ-se... bolta p'ra lá receber a consoada, faz fabor!). O néctar do deuses continua à espera de um momento celestial (lá p'ra Março).
Foi também um presente que me quis dar: como foi bom bom tomar café (tomar café. Parece que café é medicamento. Então o café não se havia de beber? Porquê "tomar"?) no Pedra, beber finos no Teles, comer francesinhas (das que se comem) no Gusto! Só falou mesmo afinfar umas bombadas!

sut-título

agradecimentos e desculpas
Muito obrigado pelas recepções quentes que pratocinaram. Muito obrigado à(s) cúmplice(s) também!
Desculpas àqueles com quem não tive oportunidade de, por esta ou aquela razão, me juntar para dois dedos de conversa (ora aqui está uma expressão curiosa. "dois dedos de conversa". Há lá coisas do arco da velha! Ah! "arco da velha!" eleita a expressão mais castiça do mês! Outra! "Castiça"! Meu deus, este homem é imparável!)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

sem título (ii)

título 2
se beber, não voe!

Regra que se aplica não só aos pilotos (quer sejam co- ou não!), ou à cabine crew, mas também aos respectivos passageiros. Vinte e cinco minutos de atraso no aeroPORTO porque alguns passageiros haviam consumido umas Super Bock a mais (deviam pensar que era do tipo Lapin Kulta ou Koff) e porque definitivamente a cabine crew da Ryanair é de uma falta de chá inarrável (vá lá, "falta de chá" pode ou não competir com "arco da velha!"?). A cabine crew da Ryanair é,
com certeza, menos formada que qualquer piggery crew.

título 3

blá, blá, blá
ou
yada, yada, yada

Até Pirkkala, voando portanto, com paragem noctívaga em Stansted... yada, yada, yada.
De comboio até Helsínquia. Jantar, sauna e dormir em casa do Jaakko... blá, blá, blá.
Visita à Universidade de Arte e Design... yada, yada, yada.
Mais nove horas e trinta minutos de comboio até Rovaniemi... blá!
Welcome back to Lapland... yada!

sem título (iv)

título 4 (e último!)
branco mais branco não há!

Até que enfim! Parece que desta vez o branco com que pintaram a Lapónia é coisa para durar até Abril. O mercado térmico tem-se mantido abaixo de zero. Por estes dias o sol já se exibe por mais de quatro horas diárias e até o feio centro consegue algum brilho...
Entretanto o Kemijoki está já suficientemente gelado para que carros o atravessem de margem a margem sem recurso às pontes habituais. Em vez do Wally, procurem o rio.
Sempre em frente, prego a fundo! (oh! muito haveria a dizer sobre "prego a fundo!". Mas como há quem durma desde a "falta de chá", fica, por agora, para títulos vindouros!).
Em jeito de competição "branco mais branco não há!" vs. "é bom sujar-se!", vou este fim de semana a Tromso verificar a brancura norueguesa e aproveito para ver uns filmezinhos.