Não no sentido extraordinário, excêntrico ou singular do termo, não. Mas sendo EU um egoísta confesso, e sendo este e-espaço MEU (metaforicamente escrevendo, claro está. Mas, no fim de contas, sendo arrendado por tuta e meia ou meia tuta, não deixo de ser o seu fiel depositário), e sendo que EU o escolhi e o apelidei para escrever sobre o que acho poder ser publicado sobre a MINHA vidinha, e tendo-me furtado, sempre, a trazer aqui reflexões filosóficas sobre o estado da nação ou do mundo, sobre a problemática do tsunami ou do aquecimento global; opiniões saloias ou académicas sobre a feitura do azeite ou sobre as propriedades medicinais do arroz de carqueija do Cortiço; publicidade barata ou distribuição gratuita da produção cultural na Papua-Nova Guiné ou o abate brutal e insano de focas bebés na costa do Alasca; eis que abro uma (prometo tudo vou fazer para que seja "a") excepção! E por isso, este espaço é, a partir deste momento, excepcional.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
excepcional
Não no sentido extraordinário, excêntrico ou singular do termo, não. Mas sendo EU um egoísta confesso, e sendo este e-espaço MEU (metaforicamente escrevendo, claro está. Mas, no fim de contas, sendo arrendado por tuta e meia ou meia tuta, não deixo de ser o seu fiel depositário), e sendo que EU o escolhi e o apelidei para escrever sobre o que acho poder ser publicado sobre a MINHA vidinha, e tendo-me furtado, sempre, a trazer aqui reflexões filosóficas sobre o estado da nação ou do mundo, sobre a problemática do tsunami ou do aquecimento global; opiniões saloias ou académicas sobre a feitura do azeite ou sobre as propriedades medicinais do arroz de carqueija do Cortiço; publicidade barata ou distribuição gratuita da produção cultural na Papua-Nova Guiné ou o abate brutal e insano de focas bebés na costa do Alasca; eis que abro uma (prometo tudo vou fazer para que seja "a") excepção! E por isso, este espaço é, a partir deste momento, excepcional.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
+ um "arremesso" desde um ip finn!
Cheguei cá no final de Janeiro com passagem por Barcelona e por Helsínquia. O costume.
"Qual o serralheiro de alumínios? Ah?"
(e se adivinharem o nome do edifício garantimos o combustível para sempre!)
O regresso foi, literalmente, à mesma casa onde estive. Com o mesmo finn de companhia e por isso com a mesma tendência para maratonas culinárias. Têm rolado asiáticas, finlandesas, brasileiras, portuguesas... receitas, receitas, tratantes!
Aqui, interessa dizer, o Inverno está uma porcaria! Não há formas simpáticas de tratar o assunto. "Ah e tal, porque não se sabe, e tal o que se passa, porque o clima está a alterar-se e tal..." Está a alterar-se sim senhor! Estou farto de ouvir dizer que as coisas não eram tão más desde há "não sei quantos anos"... Se não eram tão más desde há "não sei quantos anos", quer dizer que há "não sei quantos anos" as coisas foram ainda piores. Ou seja, está a alterar-se, sim senhor, mas, para melhor! (inspirado naquela crença portuguesa: podia ser pior, podia ser pior...). A questão é que a temperatura tem estado 20 a 30 graus acima da média. Há dias subiu até aos ZERO! Onde se viu? Zero graus em Fevereiro na Lapónia? Com azar, no Verão, os lapões ainda têm um incêndizinho por cá! Cruz, credo, canhoto!
Mas não voltei cá nem para cozinhar, nem para "apreciar" o Inverno árctico. Voltei porque preciso de arrancar com a fase final desta empreitada que se iniciou umas semanas antes do parto deste e-espaço. Por outras palavras, e para aqueles que só agora fixaram esta frequência (em mono, paciência!), estou a caminho de terminar o "plano de estudos" com um par de disciplinas que findam no início de Março e arranco nessa altura para a escrita (que a mim se apresenta tão dolorosa!). Até lá, já houve tempo para celebrar o regresso da loota à sua casa natal.
Para fechar, deixo-vos com a revelação deste milénio. Para aqueles que se questionam sobre o sucesso do modelo que o Sócrates quer implementar em Portugal, caríssimos, o segredo não é a Nokia, nem a ABB, muito menos a Kone ou mesmo a Marimekko ou o seu famoso design. Não, não se trata da produtividade finlandesa, nem tão pouco da alta qualificação da mão-de-obra. O segredo, portugueses, está ou no preço das bicicletas! Pesquisei o mercado e tentei "alugar" um veículo. Como me vou embora daqui em menos de um mês, pensei: compro e vendo de volta ao vendedor. Nas várias tentativas a solução foi sempre a mesma: "Sim, tenho esta aqui muito boa, feita na Finlândia, por €170. Daqui a um mês? Se ela estiver como está dou-lhe metade!" Ou: "Sim, vendo-lhe este chaço por € 90 e sim, é possível que lhe fique com ele daqui a um mês... por... digamos, por... € 30." COMO?! Estes chaços alugados por mais de € 60/mês? E igrejas para roubar? Não?
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
ida e volta
Como no passado, neste Natal vim deliciar-me com o bacalhau cozido com batatas e legumes (muitos e bons) e ovos e azeite e tudo (e há quem lhe chame "bacalhau com todos" mas eu gosto de lhe chamar "o bacalhau"!).
Ao contrário do passado, neste Natal sabiam que vinha e quando vinha e, como sempre, sempre bem recebido (pese embora ainda não os ter visto a todos!).
Como no passado massajei o ego, a vista e o estômago (ainda que não tenha ido ao Gusto "calçar" umas Super Bock's com a bem fadada "francesinha").
Volta e ida... porque já faço as malas para voltar ao Inverno extremo da Lapónia (depois de um Outono norueguês cinzento) e ainda não tive oportunidade de ver todos quantos gostaria de ver... mas também, nunca tenho! Dada a baixa frequência com que me dedico ao e-social, o próximo "contacto" será com certeza desde um ip finn!
Até já (o que neste caso pode significar "até daqui a mais ou menos um mês")!
sábado, 15 de dezembro de 2007
continuação fotográfica... longa!
e mais qualquer coisa.

domingo, 9 de dezembro de 2007
actualização (bi)mensal
Ora então cá vai o “relato” do mês de Novembro, com raízes em Outubro, mas partilhado em Dezembro, ao bom estilo luso.
Depois da vinda de Riga a vidinha cá continuou, como bem importa, no mesmo ram-ram (sai uma garrafa de glög a quem apresentar o melhor exemplo ou definição de ram-ram, a expressão destes meses!) e sem momentos para grandes registos, que isto de trabalhar com alemães é uma grande chatice... Sim, alemães! Na AHO tenho duas disciplinas para todo o semestre: uma teórica, no caso relacionada com criatividade (que terminou há umas semanas atrás e da qual resultou um blog), e outra teórico-prática, cujo nome pomposo traduzido à letra é digno de um qualquer ramo da filosofia; qualquer coisa como “Complexidade e Pensamento Sistemático”.
Dada a incompetência, bestialidade e infantilidade do professor, a teoria resume-se à bibliografia anunciada no início do ano. Há dias, o colega francês, com uma atitude um pouco naif e no seu inglês tímido, perguntava-me: “Afinal o que é 'complexity and system thinking'?” Pensei uns segundos, lembrei-me do antigo posto do leite de Madões, e respondi: “Olivier... eu acho que tem que ver com a (possível) relação entre a erva que as vacas comem e o queijo que tu comes...” E nunca mais se falou em complexidade! É assim a teoria possível.
A prática da disciplina é garantida pela participação no projecto de design de “media stations” para a biblioetca pública de Oslo, em cooperação (desejável mas muito nublada) com a universidade de Offenbach, Alemanha. Acontece que dos seis participantes noruegueses, três saltaram a cerca (espertos, os marotos!), enquanto que do lado alemão estão 11 em campo. Como o centro de decisões está lá (o prof vik parece ser uma espécie de subordinado ou desinteressado ou preguiçoso ou o c4*41h0), nós somos, como diria a outra, o elo mais fraco. Vou-me divertindo com o papel de “defensor do diabo”, que os alemães ignoram (e detestam!), mas que me mantêm no “activo”, ocupado, “chateado”, desesperado às vezes, mas também divertido!
Assim, tentei com a menina do forcado, ver um pouquinho mais da Noruega, começando por Oslo.
Por aqui descobrimos um botão que tenta desesperadamente ver Braga por uns "canudos".
Será que procura a Embaixada Portuguesa?...
Fomos espreitar o mais visitado ponto turístico norueguês: o Holmenkollen, a rampa de saltos de ski, que será aumentada no próximo ano para o Mundial de 2011.
E que na altura ainda era uma piscina.
Mas de onde se pode apreciar o fiorde.
Com as árvores a caminho da nudez.
Quando o tempo melhorou (os fins-de-semana apostaram em céu nublado, por vezes muito nublado, com possibilidade de ocorrência de chuviscos durante a tarde), apressamo-nos a registar outras vistas da capital. Aqui, desde Ekeberg, a vista (sobre o fiorde e a cidade) que Munch pintou n'O Grito.
Sem photoshopada... é só a vista possível por um dos “canudos” de Ekeberg. No caso, o “castelo” que a menina insiste explicar aos viks que é, eventualmente, um palácio. Um castelo é outra coisa!
Um casamento... oh diabo! Muito pouco frequentado: noivos, padrinhos e fotógrafo. Moda vik?
E uma manifestação curda. Em Oslo, parece-me que mais de metade da população é proveniente do médio oriente. Soube hoje que cerca de 10% dos “não-noruegueses”, ou “pontos-escuros” como um amigo basco os apelida (incluindo espanhóis e portugueses, desde que pequenos e morenos!), são paquistaneses. Quanto aos restantes “pontos”, há-os da Índia, do Chade, do Irão e do Iraque, da Tunísia, do Uganda, do Gana e do Líbano, da China, da Turquia e arredores. Ver uma mulher “tapada” em Oslo é tão comum como um bombo nas Sebastianas.
Depois da bicicleta, surpreendeu-nos com um rib (rigid inflatable boat) que nos levou até uma das ilhas do arquipélago.
Proporcionando vistas interessantes para a aldeia turístico-piscatória.
Com este vik, parece que há sempre lugar para surpresas: conduziu-nos (15 pessoas) até sua casa... de tractor!
Para o jantar, fomos com ele de candeia em punho arrancar batatas que haviam sido semeadas no final do Inverno anterior e que ele nunca mais tratou, mas que, ainda assim, produziram suficiente para umas tainadas de quando em vez. Pelo menos, até germinarem na próxima Primavera, digo eu...
No outro dia de manhã, durante uma passeata marítima, deu para apreciar as casas de férias "noruegas" espalhadas pelas dezenas de ilhotas.
E finalmente... chegamos a Novembro! Sim, podem aproveitar para o xixizinho. O que se segue, dura até Dezembro!
Dizia então, em Novembro... um saltinho até Trondheim. A cidade dos estudantes, dizem. Vi-os poucos e nunca me recordaram Coimbra. A catedral é d'outro estilo.
E no Mondego não se constroem casas em cima de estacas!
Os materiais que durante séculos predominaram no norte da Europa: madeira e tijolo-burro.
Em que direcção se sobe nestas escadas?
Depois de Trondheim, foi “trabalho, trabalho, trabalho...” (acabou de dizer a menina do forcado que está aqui a espreitar o meu sacrifício!). E foi. Quer trabalho “complexo”, quer trabalho “criativo”. À passagem para a segunda quinzena fechei a “criatividade” e dediquei-me ao trabalho pessoal.
Se Novembro começou com um saltinho a Trondheim, Dezembro iniciou-se com um salto maior em distância e em duração: um salto a Estocolmo. Trabalho árduo exige festa rija! De férias. Para “festejar”! O programa das festas continua com muito para festejar nas semanas que seguem. E pelo melhor, pelos anos que se seguem... até que a morte nos separe!
Estocolmo traz-me da memória imagens de Paris. Pela abundância de água (que continua perseguir-nos de todas as direcções), pela arquitectura oitocentista, pelo nivelamento dos telhados, pelas pontes, pela nobreza aristocrática... mas com menos glamour.
As imagens possíveis de uns dias chuvosos. Desta vez sem legendas.
Depois de um mal-entendido, entramos no autocarro errado, fizemos uma visita forçada ao aeroporto errado e, naturalmente, perdemos o voo certo. Uma noite em Arlanda, à espera da madrugada seguinte para regressar.
Salvé aos que transformam os “azares” em momentos de felicidade inesquecível. Nem sempre corre bem, mas desta vez o resultado foi de 20 valores. Havemos de cá voltar!
Do aeroporto directos para o “trabalho” e daí directos para casa, desfazer malas, descansar, refazer malas e partir numa das mais bonitas viagens de comboio do mundo em direcção a Bergen. Piada sarcástica: perseguidos pela chuva nos últimos meses, é em Bergen, provavelmente a cidade onde mais chove (este ano já bateu o recorde com 90 dias consecutivos de chuva) que fomos presenteados com dois dias solarengos. Ainda assim, com direito a meia dúzia de pingas! Em média chove cerca de 300000 ml por ano. Ou o que quer que isso signifique...
Como é na viagem de regresso que escrevo, as fotos ficam para aquela que será, muito provavelmente, a última actualização deste espaço desde a Noruega.
Se chegaram a este ponto num dia diferente daquele em que iniciaram a leitura uns parágrafos atrás, não se preocupem. O tamanho e a frequência de actualizações permitem assim evitar insónias por vários dias. De qualquer modo, fica garantido que a próxima intervenção será para breve: é que daqui a uns dias havemos de estar na Lusitânia!