domingo, 26 de outubro de 2008

outono, vaffles e trabalho

Afinal o Inverno só está à porta. Parece que não passará para o lado de cá nas próximas semanas. Pelo menos a julgar p'la temperatura dos últimos dias e p'lo estado ainda dourado (e que dourado!) da paisagem. Outono até aos ossos. 

oiro? ouro? doirado? tesouro? 

Para não "fugir" da paleta dourada em uso, aventurei-me pela doçaria e ofereci um doce com muita cenoura, alguma laranja e pouco açucar (para que eu pudesse experimentar também! Que isto de doces não me adoça o bico!) ao regresso da menina (a partir de 3 de Novembro, a nova Gestora de Projectos da FMC. Boa sorte!)

Suficientemente dourado para figurar nesta ala!

Uns dias depois, os dois, fechamos o quadro com os primeiros vaffles norugos. P'los vistos com demasiados ovos... e talvez com pouca manteiga (estamos de regresso à empreitada, volto brevemente com novidades). 

douradinho, e não é da Iglo

Entretanto, lá p'la Dyrmyrgata 47, o trabalho continua, sem grande stress que não queremos envelhecer permaturamente (ainda não. Mas que vai acelarar, isso vai!)

Vista "profissional". Que bem que se trabalha no campo (ou na montanha).

E assim vão as coisas por cá. Agora (mesmo já de seguida), vou comer os vaffles, equipar-me depois, aquecer-me, e "jogar à bola" com a equipa local (última divisão, últimos classificados, sem expectativas de melhorar) e pode ser que me inscrevam para a próxima época. Que esta findou há dias! Até lá, talvez snowfootball. Não era feio! Ou com a quantidade de tugas que já estão por cá, ainda sai uma equipa 100% lusa... se não sair um rancho. Cruz credo, canhoto!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

está à porta?

O Inverno vem a caminho. Há uma semana a temperatura desceu p'la primeira vez (depois do Verão) para valores negativos. Tenho-lhe medo: um Inverno com temperaturas médias na zona do zero é uma seca. Ou melhor, um gelo! Escorregadio, matreiro, perigoso... Nada como um Inverno abaixo dos 20 negativos (Saudades da Lapónia?).
Olhando para o último ano em Kongsberg, só pouco mais de uma semana em Dezembro registou temperaturas máximas na zona negativa dos termómetros. Aceitam-se apostas para nódoas negras devido às quedas.

"O" primeiro registo negativo.

O último ano. Comments?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

a capital do klippfisk

E não, não falo da Noruega. Bacalhau, pelo menos como o conhecemos, não se vê por estas bandas... se excluirmos Ålesund. Precisamente: Ålesund, ou Aalesund para outras configurações de teclado. Pelo menos foi o que li, numa "brochura" de gabinete de turismo. Andei por lá, mas não vi grande coisa... ou não vi mesmo nada! O bacalhau por aqui é como as bruxas: eu não acredito nele, mas que o há, há! Em 3 dias p'la costa Oeste, de Ålesund (lá estou eu outra vez com o å. Ah, à distância de um clique) a Molde, ficam na memória os fiordes recortados e um horizonte elevadíssimo e sinuoso, torturado pelos infindáveis picos. Nesta altura do ano, o tempo por lá muda de mau para péssimo e vice-versa em poucos minutos, ouvi dizer. Ainda assim, à excepção dos finais de tarde, gozei dias solarengos.
Sem klippfisk, mas com uma fartura de túneis de fazer corar as toupeiras: aliás, o maior túnel do mundo é "norugo". São 24 km p'lo ventre montanhoso. Em Ålesund (epá, o gajo não pára como os å's... 'tá-s'armar!) do aeroporto até à ciadade são dois "marítimos". Não se perfuram montanhas, perfura-se o fundo do mar! Eu sei, esta gente está habituada a furar o fundo dos oceanos... mas a ideia é que circule oil e não autocarros! De qualquer modo, não deixa de ser "estranho", saber que se está com o oceano por cima, que nos encontramos a 150, 200 ou 300 metros abaixo da água. E há-os desde Kristiansand ao Cabo Norte. Túneis e ferries! Ferries caros. E túneis caros. Usas, pagas. Segundo os locais, até que os gastos da obra sejam "cobertos". Atravessar um fiordezeco (carro e 2 passageiros) é coisa para umas 200 e poucas coroas (aprox. € 25).
O relato vai longo e logo me acusam de ser um "aborrecido"... seguem-se as fotos.


O amanhecer dos Aalesundenses


Chegada a Molde com o Seilet (Vela) Hotel ao fundo.


Uma ponte antes de mais um túnel "marítimo",
e a mudança repentina do céu.

Vista sobre o canal.


Ao final da tarde.
... não, não conheço a senhora.


Em direcção a nor... nordeste.


A "baixa" by night.
Antes deste shot, confesso que me encontrei com o fiel amigo... encontrei-o num retaurante. Não me atrevo a mostrá-lo, porque de facto, a apresentação deixou muito a desejar. Mas atesto o paladar. Gratinado (uma espécie de) em molho béchamel e com presunto (Espanhol, de certeza), acompanhado de duas fatias de pão de forma e uma TineSmør. Lá está: que o há, há!
O "postal" turístico encontram-no por aqui. Eu gosto deste.

(outro parêntesis e recado para as almas que não têm teclados portugueses e se queixam que não têm ç's de cedilha, ã's com til, ê's com circunflexo... desde que seja um teclado, podem ter å's, ø's, æ's, ö's, ä's... minúsculas, maiúsculas, e assim por diante. E comecem a escrever como deve de ser. Ou não é a língua a nossa pátria? Se não souberem como configurar o teclado vão ao Painel de Controlo e percam-se nas Definições Regionais, não precisam de decorar a tabela ASCII. Fim do recado, fecha parêntesis).


Nota de rodapé: e já lá vão mais de 2 anos desde a primeira. Começou p'la Finlândia, continua p'la Noruega, tende a acabar por Portugal, mas não sem antes experimentar outras paragens... digo eu! É portugalilainen. Não é portugisisk. Poderá ser outra coisa. É de certeza português.
Já agora, para curiosos, são bodas de algodão.

sábado, 27 de setembro de 2008

produto norueguês

E vai uma...

E vão duas...

E vão três...
... 4, 5, 6, 7, 8, 9!
E uma que se lhe escapou p'los dedos, borda fora!
À linha! Ah grande pescadora!

Depois do torsk, foi a vez da mackerel, outro dos peixes que se encontram em águas norugas para além do salmão (será o próximo). Uma pequena viagem de barco; uma pequena pausa na ilha do farol (café e biscoitos); e no regresso à pescaria cheguei a pensar que o barco se havia de afundar se a menina não parasse! À linha! Ah grande pescadora!

Se um colega "local" proporcionou a pescaria para o jantar, outro não se ficou atrás e contibuiu com outro dos ingredientes sagrados: batatas. Com algumas particularidades. As batatas foram cultivadas nos quintais de Kristiansand, mas são originárias do Congo. E não foi por se sentirem tão longe de casa que ficaram azuis... ou foi! Eu digo que foi. O frio! Quanto ao sabor... azul também. Os tomates são "nacionais", a cebola não sei. Os pickles são turcos, acho eu. Aqui fica o pitéu.

(sem photoshopada: as batatas são mesmo azuis, por dentro e por fora)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

enganei a minha mulher

Menina!... 'tás com o mesmo peso!
Menti-te, enganei-te... pronto! Calhou.

Disse-lhe que ia aqui ao cinema do burgo ver um filmezinho e acabei por ficar em casa a ver a entrevista (rtp1, Dezembro de 2006) que se segue. Além das gargalhadas (ora por me rever, ora por rever meus conhecidos nos bonecos do MEC), serviu para uma espécie de introspecção sobre a (minha) portugalidade. Eu que, desde há alguns dias, exposto a um novo cenário profissional, procuro (e assim se prevêm as próximas semanas... hei-de aqui voltar) "encaixar" num sistema que desde os primeiros momentos (já lá vai mais de um ano) eu adivinho demasiado relaxado para o meu ritmo. A vikingness já não é o que era! A ver vamos.
Voltemos a Portugal (porque é muito dificíl pensar que não se vai voltar... mesmo que seja viagem lá para o último Inverno) através dos delírios do Miguel.


Aviso à navegação: nos 68 minutos do vídeo há um intervalo de 11 para publicidade. Entre o 34º e o 45º. São 50 e poucos minutos do vosso tempo.

E aqui me confesso: sou totalmente a favor da desertificação do interior. Desde sempre! Fazem falta espaços verdes em Portugal. Com os incêndios dos últimos anos, quanto mais floresta melhor.
E mais: em Portugal (ou rodeado de portugueses), estou sempre a "martelar" no país, no pôôbu (deve ler-se mesmo assim) e em tudo o que merece a minha "martelada" (sem segundas intenções). E há tanto por onde "martelar". Começando pela casa de cada um, é claro. Mas fora, com os "estrangeiros", é ouvir-me dizer que Portugal é flor p'ra se cheirar... re-pe-ti-da-men-te. E não, não me refiro (só) ao potencial turístico (nem às flores. Nem ao futebol).
Proudly Portuguese!

domingo, 17 de agosto de 2008

migrante

Há algum tempo a esta parte que sou migrante. Esta semana mais uma vez. Migrei de Kriatiansand para Kongsberg. É provável que nos próximos meses volte a migrar... de preferência aqui para perto. Nos últimos 2 anos tem sido assim: emigrei de Portugal, emigrei da Finlândia; imigrei para a Finlândia, imigrei para a Noruega.

Mesmo país, nova cidade...
Kongsberg surgiu no séc. XVII em resultado da exploração das minas de prata. É uma cidade pequena, com cerca de 24 mil habitantes, encaixada nas margens do rio Numedalslågen. Um vale verdejante no Verão e que no Inverno pode chegar aos 20 negativos. Assim seja, por muitas e brancas semanas! Há o Kongsberg skisenter na encosta oeste da cidade, e há também por aí um clube de asa delta e parapente... no que diz respeito a desporto, a coisa promete!
No Verão há um Festival de Jazz que, pelos vistos (dizem algumas vozes) merece uma visita. Não cheguei a tempo, mas estarei cá para o ano.
Vista aérea sobre Kongsberg
("emprestada" daqui)
A "Santa Catarina" de Kongsberg

Nova cidade, novo emprego...
Para ajudar (ou justificar) a nova vida, desde ontem que sou...
Mechanical and Industrial Designer. Acabaram-se (finalmente) os descontos de estudante. Não acabaram nada, que serei estudante por mais um ano... até à entrega final, durante o Inverno Lapão!

Novo emprego, nova vida...
A mesma atitude: estamos cá para viver e não para "adiar" a vida para outras "geografias" espaciais ou temporais!