... estou... pronto, vá lá, saudoso... um pouco! Já escrevi duas vezes que os noruegueses davam 15 a 0 aos finns. E fi-lo enquadrado na boa disposição e calor humano dos noruegueses. A minha posição mantêm-se: 15 a 0! Outros quadros há em quê, para mal da minha disposição (só porque é aqui que estou!), que os finns dão mais de 15 a 0 aos viks (viks, leia-se, diminutivo carinhoso de vikings): o sistema! Em matéria de "sistema" os finns estão (e porventura sempre estarão!) a uns anitos-luz ('tou muito querido hoje com os diminutivos) dos vizinhos do crude.
Um exemplo: há duas semanas que tento comprar um cartão SIM para poder telefonar... mas não posso porque preciso de um numero de identificação norueguês (11 dígitos. Os gajos não se cansam de dizer que são 11 dígitos. Por-quê? Será que se refere o número de dígitos noutras latitudes? "Olhe, faz favor, escreva aí o número de contribuinte. São 9 dígitos!" Arre, chatos!). Para o famoso "11 dígitos" tive que ir à polícia registar-me (tipo: "Olá! Vou cá estar uns tempos, preciso de um cartão para o telemóvel... a menina sabe... ligar p'rá menina do forcado... e por isso... vim cá." À polícia. Maluco!) . Depois de 4 visitas (na primeira tinha 288 pessoas à minha frente. Eram 9 e pico...) percebi que o melhor era tirar a senha à hora que calhasse (antes das 12:00), controlar o número de pessoas que atendem por hora e voltar mais tarde. Funcionou na perfeição. (De repente senti um uma certa portugalidade neste comportamento... perto da luso-chico-espertice... em mim e no sistema norueguês, naturalmente. Ou não fossem eles a versão latina dos escandinavos. E isso explica tudo!). Para atalhar: já fui duas vezes pedir o mal fadado número, tenho que lá ir novamente, e temo que não o venha a conseguir, quando o que eu quero, é só ligar à menina! Tudo porque hoje é uma fotocópia, amanhã outra fotocópia que "oh! esqueci-me de lha pedir!...", e depois duas fotografias... e tudo isto sempre de boa disposição!
Outro exemplo: os transportes públicos. Pelo arrancar do dia a coisa ainda se mantêm com um certo rigor... mas à medida que areia cai, o caos instala-se. Espera-se pelo metro 3 às 11:42, seguido do 6 às 11:45 e, aparece o 6 às 11:43 seguido do 2 e entretanto o 3 aparece 17 minutos depois... ou não aparece. Será que a malta nos metros jogas às escondidas no túneis? Ai os tratantes! Já me aconteceu esperar quase 45 minutos por uma locomotiva que devia ter aparecido em 5 minutos! Estava bem escondida, a marota... ou o fulano que "amouchou" era mesmo nabo! "Bem-vindo à Noruega" foi o comentário da vizinhança que esperava como eu. À dias esperei por um autocarro em frente à AHO (passam 2 naquela paragem: o 34 e o 54; cada linha com intervalos de 15 minutos e com alguns minutos entre elas) mais de meia hora. Quando o primeiro apareceu, um 34, trazia mais dois com ele mesmo coladinhos atrás (oh diabo! Coladinhos?), um 54 e outro 34. Foi a primeira manifestação homossexual pública nesta cidade gay-friendly!
Na escola é a mesma merda! (desculpa pisqui!). Na cantina há sopa... às vezes, quando não acaba antes das 12:00. Outras vezes há outras coisas para comer... se não acabarem também. Outras vezes ainda, parece que não há nada... porque de facto há mesmo muito pouco!
O melhor mesmo é levar umas sandochas de casa. Ou a própria sopa. E esperar o microwaves funcione.
Por falar em escola, rola há já duas semanas. O projecto pode vir a ser interessante, mas para já, a única coisa de facto "castiça" foi a secção de literatura portuguesa que encontrei na Deichmanske Bibliotek, a biblioteca pública de Oslo e para a qual havemos de, em equipa com uns quantos alemães, desenhar mediastations. Passei lá grande parte da primeira semana com um francês, dois noruegueses e uma norueguesa. Para já não passa de recolha de dados para análise. Valeu a visita ao telhado.
Na semana passada, depois do arranque dos elective courses, ou o que quer que isso seja, finalmente algo para apontar como referência: o workshop PANG!. Entre alunos, professores, funcionários, todos estavam destacados para um dia de socialização à volta de uma tarefa bem simpática. Cada grupo, "criteriosamente" elaborados pelos sobrenomes dos intervenientes, havia de, com uns metros de papel de "embrulhar" bacalhau, uma placas de cartão e uns metros de cordel (fraquinho e de péssima qualidade), promover e melhorar o espaço social da escola. Como entendesse! Senhoras e senhores, meninos e meninas, é com orgulho que se anuncia a intervenção vencedora: a nossa! O prémio, espantem-se!, um pacote (2L) de vinho australiano fajuto. Serviu para acompanhar as duas salsichas grelhadas com batatas e salada que foram oferecidas como jantar... antes das 6 da tarde. E com direito a uma leve dor de cabeça na manhã seguinte. A surpresa acabou por ser a descoberta de outro luso (que tratou das salsichas) com quem prometi ir beber umas cervejas.
Tenho que confessar também que na Lapónia, além da forma simpática, eficaz e rigorosa como se recebe os "internacionais" (vim de lá mal habituado), há saunas às toneladas, enquanto aqui... não. E eu gosto da sauna! Em matéria de rigor, eficácia, organização e saunas: finns - mais de 15, viks - 0!
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário