segunda-feira, 20 de novembro de 2006

café nas veias

Que §u£@ de semana, a última... todos os dias a "pegar" às 9 da manhã (noite cerrada: o sol hoje apareceu às 9:31 e desapareceu 14:35, num total de 5h e 4min de luz... se não houvesse nuvens no céu!) e a carburar até de madrugada. Só mesmo de café nas veias!
4 aulas na segunda às 9h; fui a duas! Reunião Only Planet até não sei quando...
Terça-feira negra: começar e terminar uma apresentação para a quarta de manhã entre 8 horas de aulas.
Quarta de manhã, depois da apresentação, 5 horas a ouvir o "especialista" Michael Hardt sobre tendências e package design numa abordagem do tipo Maya ou Paulo Cardoso. Final do dia a "assaltar" as prateleiras dos supermercados de máquina fotográfica (deve ler-se telemovel). Café com a friendly family para despedidas (sozinho, outra vez!). Ainda assim, com tempo para jantar e um lindo passeio nocturno pelas margens geladas do Kemijoki. Um último exercício de amor antes da partida na manhã seguinte.
Quinta com almoço depois das 15h (o almoço começa a servir-se por aqui logo depois das 10:30. Se calhar foi jantar...). Entre o packaging workshop e o último encontro Only Planet antes da apresentação, tempo ainda para uma apresentação (2ª da semana) sobre o modelo idesign. À noite um demorado download com a "banda sonora" para o filme Only Planet.
Sexta-feira (quase) santa. Não há nada que pague o brilho no olhar do nokia designer. Não há nada que pague o abanar tímido de cabeças finlandesas do fundo da sala, registo inequívoco de prazer provocado pelos ritmos de Caetano e Duncan. Não resisti (e logo eu, meu deus!) e abanei o corpinho (serão suadades?). Menos uma aula de finnish. Mais umas horas de workshop e entretanto um private meeting a sublinhar o valor da proposta Only Planet. Ao final do dia a inauguração de uma exposição na FAD e um concerto da, já familiar (em todos os sentidos), Orquestra de Camara; para me lembrar que há outros ritmos.
Sábado com mais (de 5h!) workshop... quem as teceu que as urda (este sim, é o verbo do mês, carago! Vá lá, todos juntos, desta vez no pretérito mais-que perfeito: eu urdira, tu urdiras, ele...). Depois de um final de tarde, perdido em casa, a fazer não sei muito bem o quê e uma ida fora de horas ao hipermercado, fui desafiado para uma Summer Party em Kuntotie (residência massiva dos "internacionais"). E que §u£0 de supapo (se urdir é o verbo do mês, supapo é, definitivamente, o substantivo!) eu dei. O mercado térmico está em alta e por isso nos últimos dias choveu; mesmo assim a chuva congelou. Andar lá fora com alguma dignidade só mesmo os altamente embriagados. Como não era o meu caso (ainda), "patinei" de cóxis uns bons cinco metros! Nada que uma porrada (neste contexto, porrada também é um bom substantivo, ainda assim sem hipótese de chegar ao ouro) de cervejas não ajudassem a "melhorar".
Domingo a aspirar, esfregar, lavar e secar roupa... em bom português: faxina! Já é segunda-feira (outra vez!), são 1:20 da manhã e às 9:00 com mais workshop...

domingo, 19 de novembro de 2006

praia a arder

Parece que é "tradicional". Todos os anos, às entradas de Novembro, os "alunos-artistas" da Faculdade de Arte e Design esculpem (que palavra estranha... será possivel que alguém diga: eu esculpo? Ou, vós esculpis? Já agora, tentem conjugar o verbo tagarelar no futuro do pretérito. Eu dou o mote: eu tagarelaria, tu...) em madeira umas tantas esculturas (é redundante não é? Pleonasmo? esculpir esculturas... podem esculpir-se outras coisas?), expoem-nas na praia (bem, aqui solta-se a gargalhada: Praia? Em Rovaniemi?) e ateiam-lhes o fogo (fogo! Outro verbo fixe: atear! Eu ateio, tu ateias, ele ateia...). A cada fogueira, cuidadosamente sonorizadas com percussão tribal (africana?) e animadas por piro-malabaristas , o público (centenas dele) aplaudia. Uma hora a "congelar"... Ficam aqui as fotos (do costume):
Última foto: para os mais distraídos isto é neve e não areia... praia com o rio congelado!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

a menina dança, dança?

Prometi aqui há uns dias, esquissar uma pequena ilustração da actividade noctívaga local. Como a agenda tem estado muito preenchida (o costume: sempre pouco ocupado com muito trabalho), convidei another foreigner a usar este espaço e assim projectar algumas imagens do hambiênte robaniémênse (deve ler-se mesmo assim... é o sotaque!). Assim, o espaço que se segue é direito de antena e da inteira responsabilidade do(s) interveniente(s).

Passados alguns dias, conhecidas algumas pessoas, calcorreado algumas ruas, bebido umas tantas cervejas, corrido alguns perigos, vividas algumas aventuras, eis que apresento a noite de Rovaniemi: a cidade é pequena e retirando os bares e restaurantes dos hotéis, a oferta não é muita mas variada!
A noite começa cedo, tendo em conta que a partir das 5 da tarde se janta, os cafés e bares que até essa hora servem litros de café (aqui bebe-se em chávenas almoçadeiras!) passam a servir cerveja em copos de meio litro. Porém, os apreciadores de cerveja ficam logo desapontados mal as veem sair sem qualquer pressão. O sabor também é pouco interessante mas, para apreciadores de chá como eu, é bom! De outras bebidas não vou falar, dará uma boa reflexão para o meu anfitrião. Ficam aqui apenas breves comentários aos espaços visitados:

Hemingway’s
Muito frequentado por locais e internacionais, decorado com imagens, livros e objectos que nos fazem pensar que estamos na casa do romancista jornalista norte-americano.

Zoomit
Muito internacional, com grandes janelas que nos proporcionam ver quem passa na rua ou quem está no interior. Disseram-me ser o local mais “chic” da cidade e por isso o café custa 2,20 e a cerveja 5 euros.

Irish Times Bar & Lounge
Bar tipicamente irlandês, onde se pode ouvir música ao vivo. Tem uma esplanda onde fornecem mantinhas para os mais corajosos.

Paha Kurki
Pequeno espaço, cerveja em quantidade. É “obrigatório” consumir no mínimo 2 litros!

Comico
Espaço notoriamente para os estudantes onde se pode comer e cantar (Karaoke)! Nunca vi tanta mulher junta... a não ser num strip masculino!

Pub Huli Bumba
Decoração lapónica (mesas e bancos em madeira, muita madeira), com algumas mesas de bilhar, jogos e claro... karaoke e muita cerveja! Mais tasco que o Tupsu.

Kellari
Grande espaço, com grandes ecrans onde se pode assistir aos jogos de futebol e dançar, com muita cerveja à mistura.

Tupsu
Não sei se fomos os primeiros internacionais a entrar... é um dos tascos cá do burgo, muito orgulhoso das suas origens. Tem bandeiras da Lapónia, cores da Lapónia e muita madeira da Lapónia... no balcão, nos bancos, nas mesas, nas paredes...

Oluthuone
Como o Tupsu, no centro da cidade e frequentado por gente mais jovem.

Holvi
Não tão finnish, mas frequentado por locais.

Comum a todos os espacos há, como já referi, a cerveja uma vez que, após o jantar é “obrigatório” beber álcool e esta é a bebida mais barata. Em média consegue-se o tal meio litro por €2,50. Claro que, leve como é e com temperaturas no interior a rondar os 22ºC, o consumo das loiras aumenta consideravelmente e ao fim de umas horas e dois ou três bares percorridos antes de ir para a disco é só ver os “introvertidos” finns a mostrarem quem são! Eles sentam-se na nossa mesa, eles ficam especados na nossa frente, apresentam-se ou não, tiram-nos a medidas e quando digo tiram as medidas certificam-se mesmo delas! Não importa se são homens ou mulheres, se estão sós ou acompanhados, nem se estamos sós ou acompanhados simplesmente “dão-se” a conhecer. Claro que por vezes se apanham alguns sustos!!! Nem todos são altos (as), loiros (as) e dinamarqueses (as) ... são finns pois claro!

A partir da meia noite vai-se para as discos. Das seis existentes visitei quatro. Nelas revivi os meus tempos de teenager. Lembram-se quando iam às matinés da aldeia e as pessoas que estavam sentadas corriam para dançar aquela música que gostavam e no fim voltavam para os seus lugares? Em que o DJ deixava acabar uma música para colocar a segunda? Em que as pistas eram no meio do espaço e à volta todos estavam “pendurados” a ver quem dança? Cool...

No Tivoli, que classifico como antigo, em estado decadente, sujo e feio, encontram-se todos os estudantes. É o espaço mítico que segundo dizem todos amam (TIVOLI =I LOV IT).
Nite Train é como um labirinto, com várias salas mal iluminadas, corredores estreitos muito convenientes... O DJ tem o set no balcão e serve copos entre as músicas.
A Doris Night é para todos! Turistas, locais, estudantes internacionais. Paga-se 2 euros para deixar o casaco, as luvas, o gorro e o cachecol mais 6,50 para entrar, sem bebidas claro está!
Entretanto, foi inaugurada uma discoteca muito “fashion” com quatro espaços distintos com música para todos os gostos: Rock, Electrónica, Disco e Pop Finnish. Nela o ambiente já é bem mais europeu, com DJ´s profissionais, seguranças, só faltando mesmo os animadores. É uma espécie de franchising finlandês e chama-se Onnela.

Em todos os locais há rigor nos horários e às 3h30 as luzes começam-se a acender, as pessoas dirigem-se para as saídas e às 4 da manhä as portas estão fechadas. Para continuar a noite só mesmo em festas particulares que segundo os lapões, são mesmo as melhores! Mais informações no ranking de todos os espaços desta latitute, incluindo a bôite, segundo votação dos clientes!

domingo, 29 de outubro de 2006

dias intensos

comidinha outra vez!
Escrevo mais sobre pensinho do que sobre o que realmente vim p'ráqui fazer... Mas até agora só havia escrito "maldades" sobre a (mal fadada) gastronomia lappish. Na passada quarta-feira fui ver, cozinhar e saborear algumas receitas tradicionalmente nortenhas. Há coisas interessantes, mas a minha opinião mantêm-se, obviamente.
Não há restolho como o nosso!
O curso foi organizado pela universidade para os "internacionais" e executado por uma organização finlandesa chamada martat, fundada em 1899 para promover a qualidade de vida doméstica. Faz falta algo assim em Portugal para que muitas famílias soubessem como gerir o orçamento; adiante! Quinze aspirantes-a-cozinheiro(a)s, divididos em sete grupos, e instruídos pela simpatiquíssima senhora Eeva (sim, é com dois e's, não é um erro e leêm-se os dois! e sim, eu sei que há erros por aqui. Mas, que diabo!, com dois deditos é díficil dominar cento e tal teclas!) prepararam nove receitas: pão, sopa de salmão, salada verde, rena, almôndegas, puré de batata, legumes salteados, gelado (nesta altura basta colocar na rua e gela!) de bagas - lingonberry, e pão para acompanhar o café. Um bocadinho de cada a cada um de nós e a opinião foi unânime: mais trinta cursos e havemos de ser cozinheiros! 'tou a brincar... estava muito bom; especialmente a rena (adivinhem quem cozinhou?) e as almôndegas. Volto lá ainda no Outono para experimentar o receituário de Natal. E volto cá para lhes contar como foi!

noitada com (tempestade de) neve pelos joelhos
Dois dias depois, resolvi "prendar-me" com um jantar mais cuidado (desejo resultante da experiência anterior) e fui com a menina do forcado procurar um restaurante lappish, o Nili. É muito difícil andar com a menina do forcado na neve. E nevava que deus a dava! Tanto que quase cancelou a jornada até Valtakatu. Depois de despir metade da roupa (luvas, cachecol, gorro, casaco) e sacudir quatro quilos de neve, dois em cada bota (foi uma estreia promissora para as botas novas: logo no primeiro dia experimentaram uma tempestade...) estava pronto para comer uma rena! Mas o preço tirou-me o apetite... O mais barato era mesmo uma omolete (para isso ficava em casa!). Bebi cerveja (por aquele preço, Sr. Ferreira, bebemos uma Barca Velha. Está prometido!) e à sobremesa quase pedi a omolete... Mesmo apertando o cinto (o estômago justificava) lá foram € 30,00 por cabeça. Depois disto fui conhecer uma disco novinha (inaugurada há uma semana) e (finalmente!) um espaço mais cosmopolita. Mas sobre isso havemos de falar (está prometido à Teresa) mais adiante.

dança de luzes para as sebastianas
Freamundenses! Está decidido: em 2010, depois da Unidos da Tijuca, dos Catrapumpum (e de todos os outros!), do Pontes, e de pontes quiçá; as sebastianas terão auroras borealis. Ainda não sei o cachet nem se estarão disponiveis para o mês de Julho (aqui só "trabalham" entre Outubro e Abril) mas que deixarão bocas e olhos escancarados e ahs! de estupefacção ninguém ouse duvidar! Freamundenses, não sou digno de exibir aqui nenhuma imagem do espectáculo a que tive o previlégio de assistir, não porque tivesse sido impedido de registar todo ou parte do evento, mas porque neste caso, conterrâneos, imagem alguma é capaz de mostrar de facto a beleza deste bailado de luzes. Sigam o link anterior e imaginem isto a acontecer por cima das nossas cabeças. A lenda diz que as northern lights são produzidas pela raposa do ártico que corre para o norte e toca as montanhas com a pele, libertando faísca que voam pelo céu; outra versão da história diz que a raposa provoca as luzes no céu varrendo neve com o rabo. Enquanto assisti, até era capaz de acreditar que o Benfica tinha equipa p'ra ganhar ao FCP! Puoooooorrtoo! (repararam no meu braço em riste p'ró topo norte, ah?)

domingo, 22 de outubro de 2006

e pronto (como o previsto)... chegou!

E se, de repente, alguém lhe disser que está a nevar? Sim, eu sei: não é o mesmo que receber impulse... mas que diabo!, ainda há alguém à espera de receber um impulse?! Mas foi (ontem, ao final da tarde) mais ou menos assim.
- 'tá? Olha, acabamos de sair do prisma... vamos demorar mais um bocadinho a chegar porque 'tá a nevar. Daqui a 15 minutos 'tamos aí, ok?
"15 minutos"? Sim, sim! Tudo bem, só não se esqueçam do vinho... (ups!, vinho; não é sobre isto que quero escrever).
"'tá a nevar"... (é sobre neve que escrevo!) Aaahh! (reparem na minha expressão de contentamento!) Oh, como previsto. Que bom. Bem, bom não porque me sinta tipo, puto-ansioso-que-espera-pela-queda-de-neve (sou mais do tipo puto do que propriamente ansioso), mas porque estava a precisar de uma razão para andar de ceroulas! E a neve parece-me uma boa justificação:
- Já compraste ceroulas? Olha que a neve está a chegar. Agasalha-te rapaz, agasalha-te!
Pronto, já comprei! E já me agasalho!...
Depois do branco translúcido do gelo, o branco mate da neve, registado nos primeiros momentos pelas 5 webcams do município. Assim será pelo menos nos próximos (quase) seis meses (mais branco e com menos luz!).

Fica aqui uma pic (hoje de manhã) em jeito de comparação com outra publicada há uns dias atrás.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

mercado térmico de Rovaniemi

Noite continua a ganhar terreno face ao dia
A noite lapona valorizou-se hoje mais 10 minutos face ao seu rival diurno, o qual recuperou luminosidade face ao dia anterior, promovendo um aumento no número de praticantes de nordic walking. Em consequência deste aumento da luminosidade, os investidores térmicos a preferirem ajustar as suas posições antes do fim de semana para valores negativos.

Águas gelam com perdas de temperatura
As principais águas de Rovaniemi terminaram a sessão de hoje em terreno negativo, destacando-se as perdas dos principais lagos do sector sul, depois do Finnish Meteorological Institute ter previsto um corte no aquecimento do ar da Lapónia.

Harjulampi e Kirkkolampi levam temperatura para terreno negativo.
É este o mapa do mercado: O índice de referência fechou hoje em baixa, suportado na desvalorização das temperaturas do Harjulampi e Kirkkolampi, e com a Kotisaari a fixar um valor negativo, com espessuras próximas do centímetro, perdendo valor devido às correntes do Kemijoki.


Divulgação das previsões atmosféricas para os próximos dias impulsionam arrefecimento dos mercados
As principais temperaturas da Lapónia encontram-se a negociar em terreno negativo, suportadas pela expectativa de que a previsão de neve para o fim de semana continua a ser real.