quinta-feira, 17 de julho de 2008

sexo

Depois de algumas intervenções menos "fotográficas", voltamos, 1 mês e 1 dia depois, para meia dúzia de, ou mais!, imagens nórdicas. Eu, acabadinho de sebastianar (o verbo será ilustrado nos próximos dias), relembro agora o último fim-de-semana antes da visitinha ao burgo-natal: um par de dias por Stavanger (e está completo o top 5 das cidades norueguesas - 1.Oslo, 2.Bergen, 3.Trondheim, 4.Stavanger, 5.Kristiansand) com uma visita altamente recomendável ao museu do petróleo e uma caminhada inesquecível até Preikestolen. A próxima expedição será a Kjerag, no mesmo Lysefjord. Seguem-se as imagens.
A (obrigatória) igreja algures p'lo centro (velho) da cidade.

Vista sobre o porto marítimo.

Aspecto exterior do museu do petróleo (depois dos iates!).

A caminho do "púlpito"

e lá ao fundo a aproveitar a parte plana do percurso,

até descobrir o que nos esperava...

... um estranho palco,

completamente fora de escala,

colocando-nos bem perto do "tecto",

a 604 metros de altura!

sexo, o título, é só uma estratégia para chamar atenção. Tenho a certeza que o número de visitantes vai disparar!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

trabalhar na Noruega (dicas)

Velkommen til Norge!

Depois de pescar o bacalhau foi sempre a dar-lhe: a carreira está lançada! Boa sorte para mim. A menina também já factura. Boa sorte para ela. Boa sorte para nós! Té tééééééééééééééééééééééééééééé!


Há dias recebi um email da Sónia via couchsurf. A Sónia não pedia um sofá para surfar por umas noites quando vier cá (à Noruega) em Agosto... para conhecer obviamente e também para "investigar" um pouco sobre a real possibilidade de ir viver para aí.
Pedia umas dicas.

Como é viver aí? A malta é porreira? Preços de casa, transportes, alimentação? Fácil arranjar trabalho não falando norueguês? Ganha-se muito bem, né?

Aqui ficam as dicas - resposta (adaptada) ao pedido da Sónia:

Viver aqui, por comparação com viver em Portugal é (muito) melhor. Por isso é que estamos cá. Falo no plural porque (já!) somos muitos portugueses por estas bandas. 95% dos que conheço foram contratados em Portugal.

Eu vim p'ra cá desde a Finlândia sem perspectivas de trabalho e em pouco mais de 2 meses consegui um trabalho de sonho na minha área (design industrial). A minha mulher também já está a trabalhar cá. Veio comigo.

De qualquer modo, arranjar aqui trabalho depende da tua área de formação e experiência profissional... e o curso de norueguês pode ser pago pela empresa que te contratar. Por outras palavras, não saber norueguês, pode não ser problema nenhum (no exemplo de outros portugueses não foi!). Se fores engenheira ou arquitecta será uma questão de semanas até arranjares trabalho. Para conseguir trabalho cá, tens 3 hipóteses:
a. responderes a anúncios e candidaturas espontâneas.
b. "inscreveres-te" numa agência de recrutamento (aqui funcionam muito bem!)
c. por "conhecimentos", uma prática comum aqui (não confundir com cunhas!)

Habitação aqui depende da (localização na) cidade como é óbvio e do próprio espaço e equipamento. Em Oslo, partilhares um quarto num apartamento T2 ou T3 pode ficar desde 4.000 nok (€500) até valores estúpidos... diria que por 6.000 nok ficarás bem instalada. Eu estou à procura de casa em Drammen e os preços por um estúdio/loft/T1 no centro vão desde 5.000 até ao dobro. Por uma casaT2 a 8 km do centro de Kristiansand a renda é de 10.000 nok (€1200, completamente equipada!). Como vês há de tudo! Alimentação... se for na versão norueguesa (pão com fiambre ou maionese ou queijo ou manteiga ou alface ou pepino ou outra coisa qualquer que sirva para fazer sandochas) não é muito mais caro que em Portugal (talvez o dobro). Na versão portuguesa as coisas ficam um pouco mais caras. Por referência posso dizer-te que em média, um norueguês gasta 20% do salário em alimentação. A carne é cara, o peixe não abunda (nem em quantidade nem em variedade!) e caro também. Se não cozinhares em casa, uma pizza e uma cerveja para o jantar (por volta das 5, 6 da tarde) fica por mais de € 15! Exemplo: 7 pizzas, 8 cervejas, 2 colas e duas sobremesas = 1300 nok (pouco mais de € 160). Como noutras paragens nórdicas, o álcool é caríssimo, de venda monopolizada (excepção à cerveja) e controlada. São os comes e bebes destas bandas!

Transportes são muito caros. Uma viagem (económica) de comboio daqui até Oslo dura 4h30m e custa 601 nok (quase €75!). Um passe para usares os transportes públicos chega quase aos €100 (780 nok). Ainda assim compensa viver cá.

Os salários (dos mais altos que há) são bons e os noruegueses [uma versão parola/saloia de suecos (e/ou dinamarqueses?)] são o povo que mais poupa em todo o mundo. Para referência: em Setembro do ano passado, com um M.Sc e sem experiência, no sector privado, o teu salário seria de 409.000 nok/ano. Estes valores variam com a idade, cidade onde trabalhas e indústria (as empresas da área de petróleo pagam mais!). Convém referir que aqui não te pagam 14 salários por ano. Trabalhas 11 meses e recebes 12. Ponto. Trabalhas 7h30m por dia, tradicionalmente das 8 às 16 com 30 min para almoço (sandes, portanto!) Vou poupar-te o esforço: grosso modo, 409.000 nok (€ 51.350) por ano é o aproximadamente 34.000 nok (€ 4.280) por mês, 206 nok (€ 26) por hora. Uau! Continuamos: estes são valores brutos. Aqui descontas acima dos 30%. No exemplo dado, o normal é descontar 35-36%.

Os norugos (ou viks) como gosto de lhes chamar, por comparação com os vizinhos nórdicos, são muito mais simpáticos e prontos a ajudar. São (quase estranhamente) sorridentes, alegres, (aparentemente) felizes e satisfeitos. (conferir e conferir)

Para te orientares com ofertas de emprego podes sempre visitar o http://www.nav.no (o versão norueguesa do IEFP, mas muito melhor!) ou o famosíssimo http://www.finn.no (onde podes consultar mais ou menos as menos ofertas do NAV, vender, comprar, arrendar casa, procurar moradas e contactos, etc.). Ambos em norueguês... nada que não consigas traduzir para português ou inglês em http://translate.google.com/translate_t

Uff! Espero que ainda me leias :D
Se precisares de mais alguma coisa não hesites!

Assim de repente não me recordo de muito mais, ainda que tenha a certeza muito mais há p'ra dizer... Vá, perguntem se quiserem!
Até já Portugal!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

parabéns!

Ah pois é. Parabéns a mim mesmo e à minha mãe que há 32 anos atrás teve a feliz ideia (eu sei que nem todos partilham do mesmo entusiasmo. Mas isso faz-me acreditar ainda mais que a ideia foi, de facto, feliz!) de me dar (à) luz. Parabéns também ao meu pai que desde a fecundação (segundo a minha mãe) tem sido um bom pai para mim (segundo eu!). Obrigado menina por me lembrares hoje ao acordar este dia de graça (eu estava convencido que seria amanhã!).

Mas hoje é também dia de "assumir" uma nova fase que passa por um afastamento da Finlândia e um estreitamento com a Noruega. É público (se não o for, será) que "admiro" a tal de finnishness (como me orgulho da nossa portugalidade). Ainda não descobri a alma dos viks (por falta de experiência?), ou ainda não me apaixonei por ela (a alma), mas nem só por paixão às almas me movo; movo-me também por paixão a mim mesmo, qual Narciso!
Quero com isto fazer uma vénia, ao bom estilo medieval, à
finnishness e esperar que a vikingness me afecte do mesmo modo! Elas, estas -ness, não são diferentes em tudo: as duas consomem quantidades industrias de álcool ao fim-de-semana com o objectivo único de se "inconsciencializar" (não acho mal, mas não pactuo), as duas pensam green (o que me agrada bastante), as duas são honestas, nas duas se cultiva o respeito e a igualdade (que tanta falta que faz na portugalidade). Mas há também diferenças substanciais: no país dos fiordes (os de cá) o "pôbo" é alegre, social, "latino", fútil, mimado; no país dos milhões de telemóveis (os de lá) aprecia-se o silêncio e a sauna, as portas abrem sempre para fora e as chaves das fechaduras só existem ali, cultiva-se a distância e a própria finnishness.
Ainda assim, todos, em algum ponto, têm razões de queixa. Eu gostei muito, muito, do modo como os de lá resolveram reclamar ao mundo (o mundo deles, claro está: para eles as coisas não se estendem entre o certo e o errado; estendem-se entre a finnishness e o todas as outras -ness, sejam elas quais forem). Não deixa de ser excelente auto-retrato (das gentes de Helsínquia).

HYVÄÄ SUOMI!


Helsinki Complaints Choir

Aviso à navegação: vou estar uma semana (com a menina) em Junho (19-25) pela nossa Lusitânia e outra (sozinho) em Julho (10-14) para sebastianar. As inscrições para café estão abertas!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

poucas, mas boas e frescas

Boas! Que é como quem diz: já não nos víamos há algum tempo. O costume. Mas já estamos a meio de Maio e é hora de actualizar a audiência (risos na plateia, 2 ou 3, que é uma plateia pequena). E não actualizei mais cedo por não haver de facto nada de novo e que valesse a pena partilhar (que nós por cá, só partilhamos as coisas boas!). Há quase 2 meses saí da Lapónia com destino ao Algarve norueguês, mas sem intenção de "fazer férias". Vim para me re-unir, novamente (e quero fazer tudo para que nunca mais uma re-união se repita!), à menina do forcado, minha senhora, naturalmente. Mas, que diabo!, com ela re-uniões não dependem da geografia. Porquê, então, Arendal? Porque é na Noruega, e aqui a taxa de emprego é quase de 100%, o que animou a menina-minha-senhora para re-lançar a sua carreira profissional (e eu a minha, claro está. Pelo menos enquanto escrevo a tese, amealho alguns cobres para poder encomendar a Francisquinha); e porque fomos amavelmente "convidados" pela prima a usufruir de alojamento gratuito em sua casa. E o que quer que seja gratuito, num dos países mais caros do mundo, mais do que bem vindo, é abençoado! Entretanto o gratuito sofreu um revés estranho e repentino (daria - dará? - uma "análise" profunda, mas como este é um espaço de notícias boas, mesmo boas, mesmo, mesmo boas, não sobeja espaço algum para relatos tristes). Para lá das coisas tristes, há razões para a actualização! E não, não se trata da chegada da Vera, a prima, nem dos decotes norugos, os profundos. As notícias não são excelentes... a menina ainda não re-lançou a carreira (mas também já faltou mais), nem eu (mas também já faltou mais), e nem sequer comecei a tese que já devia estar pelo meio (mais também já faltou mais)... a boa notícia é que, finalmente consegui dar uso (com proveito) à cana de pesca: pesquei um bacalhau! Encontrei-me com o fiel amigo. Barbas nas barbas, literalmente! té téééééé´´éééééééé (som produzido em clara manifestação de alegria - tipo superdragões - ilustrado com detalhe; repararam na perda da voz algures pelo meio?).
Tal encontro só foi possível graças à simpatia e amizade de uma dupla fantástica de amigas (espanhola e "noruga"). Já aqui havia descrito a simpatia e disponibilidade norueguesas. E assim foi. Fomos recebidos por viks, numa casa vik (lar de uma família de galos de Barcelos) nos arredores de Portør, e por um cicerone sempre bem disposto, sempre disponível para uma piada, e, imagine-se, de boné portuga 5 quinas! E por isso, fica aqui o sincero reconhecimento e agradecimento pela fantástica hospitalidade e por aquele que foi até ao momento, provavelmente, o nosso melhor dia na terra dos fiordes. Depois da pescaria espero voltar rapidamente, não para relatar, mas para mostrar o resultado conseguido no prato com o juvenil bacalhau. E espero poder dizer em breve que a tese já tem algum parágrafo e, ou, que o financiamento da prole está assegurado!

p.s. Devido à caneta azul, a imagem dos profundos não pode ser partilhada. Pelo facto as minhas sinceras desculpas!

domingo, 6 de abril de 2008

double cheese burguer

E para variar, uma entrada curta (não sei se grossa...), sem imagens, para tentar aumentar a frequência.

Entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2008, tive oportunidade de realizar uma pequena comparação entre cinco países europeus sobre custos com alimentação, se é que um MacDonald's se pode apresentar como um local aconselhável para repasto. Mas não deixa de ser interessante (tentar) perceber as políticas de preços das marcas globais e o peso desses preços nos respectivos países. Assim, eu que me exibo anti-fast-food, consumi 5(!) double cheese burguer em cinco cidades diferentes. Aqui ficam os gastos:
Oslo, Noruega, 24 nok -> € 3,01 (aprox.)
Estocolmo, Suécia, 24 sek -> € 2,56 (aprox.)
Carvalhosa, Portugal, € 2,50
Barcelona, Espanha, € 2,75
Rovaniemi, Finlândia, € 2,50

Além da "estranheza" da lista (onde raio fica Carvalhosa?), fica a pergunta "estranha":
- Onde custará mais comer um destes Mac? E onde custará menos?

(as respostas correctas, devidamente justificadas, serão premiadas com um par de double cheese burguer, naturalmente, numa das cidades à escolha!)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

pilkki

'Relato de uma tarde de' ou 'Receita para'
Como prometido, e depois de receber as imagens, aqui fica um relato (que isto de dar lições de pilkki (para inglês: ice fishing) fica para profissionais... eu nem sorte de principiante tive!) de uma tarde passada à espera que algum peixe estúpido se iludisse com o banho gelado do morcão!
Primeiro vai-se ao prisma (supermercado na zona sul de Roi) e, por menos de €10, compra-se uma cana de pesca que à primeira vista parece de 'brincar', para miúdos. Incluído nos €10 é possível comprar uma caixinha de morcõezinhos vivos (rabiavam por entre pequenas aparas de madeira) porque os peixes não gostam de morcões mortos! E há quem goste?!
Ok. Cana e morcões. A isto junta-se uma broca, que em nada condiz com a caninha (na Noruega e com alguma sorte, seria suficiente pare fazer um poço... de petróleo!). Só faltava o banquinho (arre! não se tem nada que não esteja fora de escala) que se conseguiu por 1 aéreo numa Kirpputori (Mercado de pulgas, traduzido para português). Só faltava a escumadeira, no caso de uma cozinha sul-coreana. Reunidos os ingredientes, estávamos preparados para um "passeio" até às margens do Kemijoki. Foi o que se segue:
a) Inspeccionar a área.

b) "Buracar".

c) Usar a escumadeira e limpar o buraco.

d) Preparar a minhoca (morcãozinho, no caso) para o banho final!

e) Mergulhar o morcão para uma visita ao fundo fluvial,
e esperar.

f) A cada 30 seg. abanar (nunca mais do que 3 vezes!),
e esperar.

g) E esperar.

h) Esperar sozinhos...

i) esperar aos pares...

j) esperar... ao frio, ao vento, silenciosos...

k) pelo kuha estúpido que se "apaixonou" pelo morcão!

... no caso, pouco maior que o morcão,
e por isso devolvido ao infantário.

E assim, sem peixinho, toca a recorrer à makkara

para aquecer o estômago... e a alma!

Nota:
Há dias fui descoberto pelo excelente Lusofin, o espaço da Comunidade Portuguesa na Finlândia. Para quem tem interesse em contactos com o País do Mil Lagos, aconselho vivamente a visita. Ao contrário do por aqui se vai passando, no LusoFin, a frequência é diária!
Nós por cá, em Arendal, atentos à próxima partida, que desejamos para breve.